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Vereador de Curitiba move ação contra Janja e questiona uso de recursos públicos em viagens internacionais

2025-05-30 71 Dailymotion

Durante entrevista ao XV Cast nesta quinta-feira (28), o vereador de Curitiba Guilherme Kilter (Novo) falou sobre as ações populares que moveu contra a primeira-dama Janja da Silva, motivadas por suspeitas de gastos indevidos com recursos públicos em viagens internacionais. Ao lado do advogado Jeffrey Chiquini, Kilter questiona a legalidade e a transparência dos deslocamentos da esposa do presidente Lula.

Segundo o parlamentar, a primeira ação foi motivada por uma reportagem publicada pelo jornal Estadão, que denunciava a existência de um suposto “gabinete paralelo” de Janja. O grupo, conforme a denúncia, seria formado por assessores sem nomeação formal, mas que atuariam diretamente para a primeira-dama, gerando um custo anual estimado em dois bilhões de reais, considerando despesas com passagens, hospedagens, fotógrafo e equipe de mídia.

Kilter relatou que a ação foi arquivada por falta de embasamento jurídico, sob a justificativa de que as informações apresentadas eram insuficientes. No entanto, ele criticou a dificuldade de obter dados concretos, mencionando que os pedidos feitos com base na Lei de Acesso à Informação foram respondidos com alegações de sigilo. “A Lei de Acesso à Informação com os gastos da Janja não funciona”, afirmou o vereador.

Após o arquivamento da primeira tentativa, uma nova ação foi protocolada, dessa vez com foco nas viagens realizadas por Janja sem a companhia do presidente da República. Para Kilter, há uma distinção importante entre uma primeira-dama que acompanha o chefe de Estado em compromissos oficiais e outra que realiza deslocamentos internacionais sozinha, utilizando verba pública.

O vereador também demonstrou interesse em saber se a primeira-dama utilizará um advogado particular ou recorrerá à Advocacia-Geral da União (AGU) para se defender no processo, questionando a legalidade do uso da estrutura do governo para fins pessoais. Ele criticou o ministro Jorge Messias, chefe da AGU, por ter defendido publicamente Janja antes mesmo de qualquer manifestação oficial nos autos.

“Estamos sim na oposição ao governo Lula, mas a motivação principal é o dinheiro público. Não se pode aceitar esse tipo de despesa sem a devida prestação de contas”, concluiu Kilter.

A ação segue aguardando resposta da Justiça, que concedeu um prazo de 20 dias para que a primeira-dama e os órgãos competentes apresentem documentos e justificativas sobre os gastos. A polêmica continua a gerar debate sobre os limites do papel da primeira-dama e a transparência na administração pública.