O presidente Jair Bolsonaro disse não se preocupar com o fato do influenciador bolsonarista Allan dos Santos ter participado de um evento seu nos Estados Unidos, na semana passada. Em sua live semanal nesta quinta-feira (16), Bolsonaro disse que confraternizaria com o o foragido da justiça brasileira, caso o visse.
"Não vi o Allan dos Santos. Se tivesse visto, teria apertado a mão dele, dado um abraço nele. Sem problema nenhum", disse o presidente, antes de justificar sua atitude.
"Ele não está na lista vermelha da Interpol. O crime que ele cometeu, segundo um ministro do Supremo - pra mim não é crime o que ele cometeu. Se foi alguma coisa passível de qualquer ação, de injúria, calúnia ou difamação, a pena não é a prisão", continuou Bolsonaro.
Ele alega que, mesmo que Allan dos Santos venha a ser condenado no Brasil, uma brecha no acordo entre Brasil e Estados Unidos não permitiria sua extradição. Allan foi visto na motociata realizada pelo presidente na Flórida, e tanto o presidente quanto o ministro da Justiça, Anderson Torres, são acusados pela oposição de prevaricar - ao não avisar as autoridades brasileiras sobre o caso.
Ontem, em comissão na Câmara, Torres disse que não prevaricou - e citou a mesma razão de Bolsonaro para não acionar as autoridades que comanda.
Allan é investigado pela Suprema Corte por ser um dos principais operadores do esquema de fake news contra o próprio STF, além de um dos maiores influenciadores em atos antidemocráticos durante os anos Bolsonaro. Há um mandato de prisão em seu nome expedido pelo ministro Alexandre de Moraes - que não foi cumprido, uma vez que o blogueiro fugiu para os EUA.
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